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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

OS DEZ MANDAMENTOS DO EDUCADOR MATEMÁTICO


1. Propor sempre problemas, jamais dar fórmulas prontas.

2. Estimular o educando a duvidar (pôr em dúvida toda informação que não foi comprovada).

3. Jamais resolver pelo aluno a dificuldade que está enfrentando.

4. Aceitar “soluções erradas”, provisoriamente, possibilitando a oportunidade para que o próprio educando comprove suas hipóteses.

5. Desafiar o educando num nível mais complexo, sempre que ele encontrar uma resposta facilmente.

6. Estimular o educando a encontrar todas as possibilidades na resolução de um problema.

7. Provocar “conflitos de opiniões” diante de algum problema surgido em virtude de pontos de vista diferentes e explorar todas as possibilidades de resolução.

8. Propor confrontos entre as diversas formas de resolver um problema respeitando o nível de cada um.

9. Encaminhar os resultados dos debates para a generalização (construção da teoria).

10. Estimular os trabalhos em grupo.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

TODO APRENDIZ É UM NAUFRAGO - A TEORIA

Náufrago numa Perspectiva Epistemológica
Por Vânia do Carmo Magalhães
A Teoria
Piaget nasceu em 09 de agosto de 1896, em Neuchatél, na Suíça. Diplomou-se em Ciências Naturais, na Universidade da mesma cidade. percebeu que através da Biologia poderia obter uma explicação para o processo da construção do conhecimento ao ter contato com a Filosofia da Evolução Criativa de Henri Bergson. (a Filosofia de Bergson se constrói sobre 4 idéias fundamentais: a intuição, a duração, a memória e o impulso vital (elan). A evolução de seu pensamento situa-se entre a intenção de liberar-se do racionalismo e cientificismo do fim do século XIX e um interesse muito particular pela vida e a força criadora do espírito.
Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato nem é o resultado de condicionamentos. Sua teoria diverge das concepções até então existentes, baseadas no Empirismo e no Racionalismo.
O Racionalismo utiliza de preferência, do a priori dedutivo da Matemática (inatismo) o Empirismo opta pelo a posteriori indutivo da experimentação.
O Empirismo é a doutrina filosófica segundo a qual o conhecimento se determina pela experiência. Nesse sentido, suas idéias contrapõem ao Racionalismo que prescreve um conhecimento fundado na razão. O Empirismo explica a aquisição do conhecimento através das vias sensoriais, o sujeito é produto do meio. A criança nasce como uma "tábula rasa" e todos os seus conhecimentos são absorvidos pela visão, audição olfato, paladar e tato. A aprendizagem é a mudança de comportamento resultante do treino ou da experiência, já que é o meio (objeto) que determina o sujeito. Ainda que o termo empirismo tenha sido atribuído a um grande número de posições filosóficas, a tradição prefere aceitar como "empiristas" aqueles pensadores que afirmam ser o conhecimento resultado exclusivamente da experiência dos sentidos ou da sensação.





Empirismo: o desenvolvimento da inteligência é determinado pelo meio e não pelo sujeito, portanto de fora para dentro.

O Racionalismo ou inatismo defende a idéia que o sujeito já possui a capacidade de conhecimento do objeto de aprendizagem. "A criança é um adulto em miniatura". Para que esse conhecimento se efetive é preciso que o sujeito aja sobre o objeto, internalizando-o. A inteligência é inata e pode ser entendida como um músculo do organismo que vai se desenvolvendo a medida em que o sujeito o exercita. Quanto mais exercício, maior e mais possante sua capacidade de aprendizagem se tornará. A capacidade do sujeito de armazenar informações na memória é muito valorizada. O sujeito é um receptor passivo por receber as informações prontas e acabadas.


Racionalismo: o desenvolvimento da inteligência é determinado pelo indivíduo e não pelo meio. Portanto de dentro para fora.




Piaget aborda a inteligência como algo dinâmico que não aumenta por acréscimo de informação e sim pela reorganização das estruturas do conhecimento. Sua teoria é considerada interacionista, pois explica o conhecimento do indivíduo resultado de sua atuação no ambiente, portanto ele não é reator, mas ator. Ele é o construtor de seu próprio desenvolvimento, a partir de sua interação com o ambiente (objeto de conhecimento), pois conhecer é transformar o objeto e ao mesmo tempo transformar-se a si mesmo.


Interacionismo: o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.



O desenvolvimento da inteligência é um processo contínuo de organização e desorganização das estruturas cognitivas: frente a um objeto de conhecimento o indivíduo o assimila através dos esquemas já construídos (conhecimentos prévios) - olhar, pegar, calcular, decompor, interpretar, medir, transportar... Quando esse objeto se torna um desafio, ele impõe uma resistência que impede o sujeito de assimilá-lo. ocorre então a acomodação, ou seja, o organismo (sujeito) modica os esquemas assimilatórios para resolver o problema e novamente adaptar-se ao ambiente (objeto). Pela ação assimiladora o sujeito modifica o objeto (mundo objetivo) e pela ação acomodadora produz transformações em suas estruturas (subjetivo). O desenvolvimento cognitivo depende de alguns fatores que para Piaget são imprescindíveis:
A Maturação - desenvolvimento fisiológico das estruturas orgânicas hereditárias.
A interação - a transmissão social acontece no momento em que o indivíduo estabelece contato com o mundo, através das informações fornecidas pela pessoas, meios de comunicação e outros objetos.
A equilibração - consiste na passagem constante de um estado de equilíbrio para o desequilíbrio. É um processo de regulação interna.
"o desenvolvimento mental é uma construção contínua, comparada a um grande edifício, que se torna mais sólido a cada novo acréscimo." Jean Piaget

É importante lembrar que para o sujeito interagir(traçar um objetivo) com o objeto de conhecimento, ele deve estar motivado, ou seja, deve ter um vínculo afetivo com o objeto. A afetividade não acrescenta esquemas às estruturas cognitivas, mas funciona como mola propulsora da interação.
"É incontestável que o afeto desempenha um papel essencial no funcionamento da inteligência. Sem afeto não haveria interesse, nem necessidade, nem motivação; e inteligência. a afetividade é como uma condição necessária na constituição da inteligência mas, na minha opinião, não é suficiente." J.P.

Sujeito X Objeto


Situação problema:
Resistência ao Objeto


Desvio do objetivo:
Gerador do desequilíbrio


Funções da adaptação:(busca do equilíbrio)
Assimilação e Acomodação


Adaptação:
Geradora do equilíbrio


Mudança estrutural:
APRENDIZAGEM

FILME X TEORIA

Considerações Finais:
A situação vivida por Chuck Nolan, podemos explicar o seu processo de aquisição do conhecimento, na perspectiva interacionista da Epistemologia Genética de PIAGET.
A prioridade em sua vida era o trabalho, portanto seu foco. A missão para a qual é designado é apenas uma rotina, onde o seu maior desafio está em capacitar funcionários de várias partes do mundo a cumprirem as normas de qualidade da empresa. O acidente o desvia do objetivo.

Surge, então, uma situação problema que provoca uma desorganização em suas estruturas cognitivas. A questão agora é a sobrevivência. Para essa necessidade precisa acionar seus esquemas
assimilatórios, modificá-los e acomodar às estruturas de sua inteligência os novos conhecimentos que vai adquirindo na interação com o ambiente, para adaptar-se.
Sua estada na pequena ilha do Pacífico é um constante estado de equilibração e de desequilibração, provocando uma substancial mudança em seu comportamento.
Se para adquirir conhecimento é preciso interagir com o ambiente e se para isso é preciso que haja motivação (afetividade/interesse) ou necessidade (objetivo/foco), então, a escola, sendo a responsável pela mediação e sistematização do processo ensino-aprendizagem, precisa planejar e promover situações de aprendizagem (sistematização) desafiadoras e que despertem a paixão pela aquisição do conhecimento.

Não deixe de ler também: TODO APRENDIZ É UM NAUFRAGO - O FILME
REFERÊNCIAS:
PIAGET, J. A linguagem e o pensamento da criança. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

________. O desenvolvimento mental da criança. Rio de Janeiro: Forense.1972
_______O nascimento da inteligência na criança. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970.
_______. Psicologia da Inteligência. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1961.